domingo, 3 de abril de 2011

Mordendo a lingua

Engraçado essa coisa de que quando a gente cospe pra cima cai na testa né? Ou então engraçado como a gente tem aquele certo momento feminista extremo na vida, e fala e escreve uma porção de coisas, acreditando de verdade, e ai não mais que derepente alguma coisa acontece e tudo vira do avesso. Mudou, mudou completamente. Assim, falando mais claramente, questão vida profissional x vida amorosa. Eu sempre defendi a idéia de que carreira vinha em primeiro lugar. Primeiro o trabalho, primeiro a estabilidade... depois eu penso em casar, isso SE eu casar.
Mas tá, ai um belo dia a gente cresce e vira gente grande, e todos os nossos amigos também viram gente grande. Não é ruim, você está no emprego que sempre quis, ganha bem, tem um bom carro, uma certa independência... e todo dia volta pra casa da sua mãe. Daqui alguns meses você vai fazer 30, a maioria das suas amigas já estão casadas, tem ainda umas duas com quem você sai na sexta pra um happy hour, mas vou te dizer, se com 21 já está dificil de ter paciência pra conhecer um cara e aguentar aquele papinho de talk show de primeiro encontro, com 30 deus me livre de sair por ai pra conhecer alguem novo. Alias eu tenho preguiça de tudo o que é novo. Eu tenho alguns filmes, musicas e pessoas favoritas, e é o suficiente, não quero mais.
Sabe o que eu descobri que eu quero pros meus 30 anos?? Depois de voltar do trabalho eu não quero ir pro barzinho dirigindo o carro do ano, eu quero ir pra cozinha e fritar um bife pro cara que eu amo. Quero ter umas cuecas pra lavar. Sentar no sofá e cortar as unhas do pé dele enquanto a gente assiste Family Guy e toma cerveja. Acordar todos os dias com alguém com a cara amassada do meu lado. Passar umas camisas e gritar com ele quando eu ver toalha molhada em cima da cama. É isso que eu quero.
Daí você pode me dizer que eu posso ter os dois... talvez, mas na atual situação, e com os atuais planos, é uma questão de escolha. Eu já fiz a minha. E sim, caiu na testa.

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